Santa Quitéria de Viés


Estagnado sob a luz dos sinaleiros, ou a luz do sol se pondo sob o horizonte quiteriano, eu ali, vendo o linear entre o que Curitiba espera o que Curitiba é.Um lugar repleto de signos, da gente que por ali passa, quatro lugares em um, desde a sensação de segurança que o bairro passa, entre a Arthur Bernardes e a Curupaitis, até o silencio no breu dos barracos da “portelinha”.Depois da continuação da Ulysses Vieira o “Inferninho”, lar de imigrantes do interior paranaense,  antiga favela, hoje um bairro de nova classe média, com colégios particulares, sobrados e o rio Barigui ao fundo.Foi ai que prestei atenção, como as paralelas desse lugar são hermeticamente iguais, todos os caminhos levam a Vila Izabel, todos os caminhos vem do Campo Comprido, um linear. Sejam nos lares das velhas que moram ao longo da Curupis, ou no lanche servido super rápido pelo Bigode, este, patrimônio histórico do bairro.O que a escola Nice Braga, a ASPP, e Mary presentes tem em comum?  Uma relação com um bairro singelo que quer ser grande, e que ganha um edifício novo para uma profusão de sobrados, perde uma casa de madeira, para ali ser mais um lar de “novos ricos”.


Como o quiteriano Rodrigo Augusto dizia em sua canção viagem “Tudo parece distante aos poucos pra mim essa paisagem sem eira nem beira de estrada que vai me levando embora pra longe daqui”, a Santa Quiteria, esse ponto de virada, onde a grande Curitiba começa a ficar pequena, onde as personagens da cidade cada vez mais interioranos, onde as ruas começam a ter buracos, onde as tropas que saiam do Largo da Ordem rumo aos Campos Gerais, passavam, hoje são soterradas por ruas paralelas, e errantes sonhadores que  chamam ali de lar.

(Elian Woidello)

2 comentários:

Laura disse...

parabéns, Elian! (:

Marilda Confortin disse...

Meu falecido marido era de Santa Quitéria. Todos e conheciam por lá. Como todos os bairros, modificou muito... os vizinhos não se cumprimentam mais.É exatamente o que o Rodrigo diz na música. Parabens, Elian. Beijo.